Não é difícil encontrar crianças que respiram pela boca ao invés de utilizar o nariz e isso muitas vezes acaba passando despercebido pelos pais, pois os prejuízos da respiração oral ainda são poucos conhecidos. Mas como o simples fato de respirar pela boca pode interferir no desenvolvimento e na saúde das crianças?
A dificuldade em respirar pelo nariz pode acarretar alteração nos dentes e nos músculos da face, frequentemente observando-se má oclusão dentária, alterações da postura de língua em repouso, na deglutição e na fala, além de alterações da mastigação.
Quem é respirador oral comumente apresenta características como cansaço frequente, sonolência diurna, olheiras, ronco e baba noturna, dificuldade na aprendizagem, alterações articulatórias na fala, alterações posturais, entre outros.
A respiração oral pode ter como causa um simples hábito, sendo que o uso prolongado de chupeta e mamadeira aumenta a chance da respiração oral se tornar um padrão, ou por algum impedimento orgânico, como desvio de septo, quadros alérgicos, adenoides e amígdalas aumentadas.
O uso da chupeta deve ser controlado e os pais devem ficar atentos à frequência, intensidade e duração do uso. Ele deve ser o menor possível, pois o uso prolongado determinará a instalação do hábito inadequado, causado transtornos ao desenvolvimento muscular da criança. Em geral, recomenda-se que a chupeta seja largada até o segundo ano de vida da criança.
Após uma avaliação otorrinolaringológica, o tratamento fonoaudiológico é baseado na conscientização da importância da respiração nasal e na automatização do novo hábito, trazendo melhoras significativas no dia-a-dia de quem é respirador oral.
Por isso, atenção! Se você tem um filho, aluno ou conhece alguma criança que passa a maior parte do tempo com os lábios entreabertos e respirando pela boca oriente para que um médico seja procurado e um acompanhamento específico seja realizado.
Fernanda Helena Kley Garcia
Fonoaudióloga do Espaço Dom Quixote