“O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira” foi o tema da redação do Enem 2020 que aconteceu ontem.
Um tema propício para fazer a reflexão sobre todo o sofrimento mental e emocional ao qual as pessoas ficaram expostas neste ano de pandemia. Este assunto não é novo, sempre foi uma discussão recorrente entre os diferentes profissionais da saúde, pela gravidade que ele representa. Além das implicações na saúde das pessoas e os impedimentos de uma vida de qualidade acontece todo um preconceito e marginalização deste sujeitos em sofrimento.
Os discursos preconceituosos e de exclusão não contribuem para abrir espaço para a discussão deste e de outros temas que tratam das dores, dificuldades e sofrimentos humanos. Dizer que depressão é frescura, que ansiedade é chilique, que o suicídio é coisa de gente fraca é não respeitar a dor do outro, é não ter empatia.
Trazer este tema para que adolescentes que viveram e, alguns, ainda vivem destas dificuldades reflitam e escrevam é expor a discussão para a sociedade pois o tema respinga nas famílias e na mídia.
Pessoas que sofrem com qualquer tipo de doença mental precisam ter a garantia da ajuda, dos tratamentos necessários para garantirem seu espaço na sociedade. Desmerecer este sofrimento só faz aumentar o problema.
Todas as pessoas podem e são produtivas no mercado de trabalho, na escola, nas famílias e na sociedade de forma geral, desde que estejam assistidas e cuidadas.
Que este tema seja assunto nas rodas de conversa, nas instituições de saúde, nos bancos da praça, mas que seja discutido com seriedade e respeito que merecem para que atitudes proativas sejam tomadas em benefício da saúde mental.
Janete C. Petry, psicopedagoga do Espaço Dom Quixote.
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